Evaluation of a multicomponent grading system (Baveno classification) for obstructive sleep apnoea

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 8 abr 2023

Evaluation of a multicomponent grading system (Baveno classification) for obstructive sleep apnoea


Título do Estudo


Evaluation of a multicomponent grading system (Baveno classification) for obstructive sleep apnoea

 

Fonte


Randerath WJ, Herkenrath S, Treml M, et al. Evaluation of a multicomponent grading system (Baveno classification) for obstructive sleep apnoea. ERJ Open Res 2021; in press (https://doi.org/10.1183/23120541.00928-2020).

 

Introdução


A relevância da Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) na população já é bem reconhecida pela sua alta prevalência entre 4% em homens e 2% em mulheres, o que faz reduzir a qualidade de vida e aumento da mortalidade, ao menos em alguns subgrupos desses pacientes.

O número de apneias-hipopneias (AHI), se tornou a métrica mais importante para definir a doença e a classificação de severidade. No entanto essa métrica vem sofrendo muitas críticas, uma vez que trabalhos científicos demonstram que a SAOS não se reduz somente a uma consequência de repetidas obstruções da via aérea.

Com objetivo de estudar melhor o problema, foi criado, em 2005, na Europa, o European Sleep Apnoea Database (ERASA), o centro de pesquisa coleta informações de 37 laboratórios em diferentes países Europeus e em Israel, para estudar as possíveis conseqüências do fenômeno. Com esses dados foram encontrados aglomerados (clusters) de pacientes com diferentes manifestações da doença que se mostravam em sua maioria independentes do IAH.

Desse modo, as sociedades ERS (European Respiratory Society) e a ESRS (European Sleep Research Society) se reuniram na cidade de Baveno, na Itália, com objetivo de resolver a questão e inaugurar uma nova métrica para o fenômeno de repetidas obstruções das vias aéreas superiores, que tem como nome Classificação Baveno.

 

Desenho do Estudo


Foram usados dados do ERASA em 37 laboratórios de 20 países na Europa e em Israel, com objetivo de ter uma plataforma para aplicabilidade da classificação Baveno.

Foi usada o scoring de pontuação da AASM de 2007, a escala de Epworth para sonolência, bem como polissonografia ou poligrafia segundo o protocolo de cada centro, e medida de pressão arterial segundo ESH/ESC. Foram considerados para o estudo todos os pacientes com IAH >5 e incluídos os parâmetros dos 4 grupos encontrados no ESADA e utilizados na metodologia de Baveno.

Os parâmetros incluem sintomas e comorbidades metabólicas, sendo sintomas: sonolência diurna, insônia e hipersonia. Já em comorbidades foram encontrados fibrilação atrial, hipertensão arterial não controlada, insuficiência cardíaca, AVE e diabetes mellitus.

Ressalta-se que pacientes já em tratamento também foram incluídos no seguimento da pesquisa.

 

Mensagem do Estudo


O estudo sugere fortemente que o atual critério para o tratamento da AOS (IAH entre 5 e 15 com sintomas, ou maior que 15) não deve mais ser mais aplicado, inclusive porque os vários estudos com esses critérios falharam em mostrar melhoras com o tratamento.

Dessa forma, o novo critério mapeado na pesquisa utiliza o IAH como um dos parâmetros da doença, e associa principalmente sintomas e comorbidades, sugerindo que esse método tem a melhor eficácia para encontrar os pacientes que devem ser tratados, e que a utilização de terapias com pressão positiva nesses indivíduos, melhoram os sintomas, parâmetros cardiometabólicos e a qualidade de vida.

 

Conclusões


O sistema de classificação de Baveno é provavelmente superior à classificação tradicional da AOS baseada no IAH, pois combina parâmetros de sintomatologia relacionados ao paciente, por um lado, e parâmetros de prognóstico, por outro. Ele integra as descobertas de várias análises de cluster recentes. Além disso, o esquema é facilmente aplicável na prática clínica, pois usa dados simplesmente disponíveis, mas confiáveis. Usando o sistema para decisões terapêuticas, pode-se evitar tratamentos desnecessários em pacientes com AOS moderada a grave, mas sem sintomas ou comorbidades, e tratamentos omissos em pacientes com AOS sintomáticos ou comórbidos com baixo IAH.

Por fim, uma maneira de personalizar a medicina baseada em evidências e fenótipos,ou seja  a forma que cada organismo reage ao fenômeno de sucessivos colabamentos de vias aéreas superiores, dessaturações e mudanças de pressões intratorácicas.

 

Limitações do Estudo


Trata-se de estudo retrospectivo por ser a primeira análise de um banco de dados, logo esses achados requerem uma investigação mais sistemática em pesquisas prospectivas.

 

Dr. Enio Studart

 

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