Experiência do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital de Força Aérea do Galeão em Lesões em Vias Aéreas

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 17 set 2019

Experiência do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital de Força Aérea do Galeão em Lesões em Vias Aéreas


O incêndio no Hospital Badim foi trágico. Suscitou atos de solidariedade e até heroísmo de muitos, incluindo profissionais de saúde. Coube a pneumologistas, presentes num congresso da especialidade a alguns quilômetros, num ato de autêntica solidariedade e compromisso, o atendimento rápido aos pacientes que inalaram a fumaça tóxica e que tinham suspeita de lesão das vias aéreas. Experiências nacionais e estrangeiras sobre o tema foram revisitadas. Uma, no entanto, das primeiras no nosso meio, talvez pela falta de indexação, deixou de ser mencionada. De maio de 1990 a maio de 1999 foram estudados 27 pacientes internados no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital de Força Aérea do Galeão com suspeita de lesão de vias aéreas por inalação de fumaça (LIF). Em 18 (67%) foram encontradas lesões compatíveis com LIF. Estes cursaram com maior gravidade do que outros com a mesma área queimada, 9 (50%) necessitaram de ventilação mecânica e 6 (33%) morreram. Os dados foram apresentados no II Congresso Sudamericano de Broncoscopia de 1997, no II Congresso Brasileiro de Queimaduras de 1999, no VIII Congresso de Pneumologia e Tisiologia do RJ de 2001, em sessões das sociedades de Terapia Intensiva e de Pneumologia e Tisiologia do RJ, publicados na revista Pulmão RJ 1999, 8(3) e descritos em capítulo no livro Queimaduras – Tratamento Clínico e Cirúrgico de Guimarães Jr e Luiz Macieira de 2006. Na ocasião foi cunhada a expressão “brônquios negros” para expressar o aspecto das lesões mais graves. Estes doentes necessitaram broncoscopias repetidas e cerca de 30% desenvolveram estenose de traqueia (dados não publicados).

Esse mesmo estudo, já em 2007, ainda inspirou uma dissertação de mestrado no Setor de Ciências Pneumológicas da Faculdade de Medicina da UFRJ.

Assim, apesar da pequena amostra, nesse triste momento em que o tema vem à tona, esse trabalho, protagonizado por pneumologistas do Rio de Janeiro, vale uma citação.


Valmir Sangalli Lucas
Pneumologista

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