Inhaled Fluticasone Furoate for Outpatient Treatment of COVID-19

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 30 set 2023

Inhaled Fluticasone Furoate for Outpatient Treatment of COVID-19


Título do Estudo


Inhaled Fluticasone Furoate for Outpatient Treatment of COVID-19

 

Fonte


David R Boulware, Christopher J Lindsell, Thomas G Stewart e col. New England Journal of Medicine. Vol 389;12. Setembro de 2023.

 

Resumo


É questionado se os glicocorticoides inalados têm um papel em acelerar a resolução de sintomas e prevenir internações e mortes em pacientes ambulatoriais com COVID-19 leve a moderada.

Foi feito um ensaio clínico multicêntrico duplo-cego, placebo-controlado, com pacientes com mais de 30 anos, que apresentavam mais de dois sintomas de COVID aguda, com diagnóstico microbiológico confirmado e sintomas há menos de 7 dias. Os pacientes receberam furoato de fluticasona 200 mcg uma vez ao dia (715 pacientes) por 14 dias ou placebo (692 pacientes).

Não houve diferenças no tempo de recuperação dos sintomas (risco relativo de 1,01 – IC 0,91-1,12). No grupo com fluticasona, 24 pacientes (3,7%) necessitaram atendimento de urgência ou hospitalização, índice semelhante ao do grupo placebo – 13 pacientes (2,1% -> risco relativo 1,9 IC 0,8-3,5). Nenhuma morte ocorreu em nenhum dos grupos, até o D28 de acompanhamento.

 

Mensagens do Estudo


Não há benefício em usar furoato de fluticasona inalada em pacientes com quadro agudo de COVID19 leve a moderado.

 

Desafios futuros


Uma vez que dois estudos feitos com budesonida inalada mostraram benefício na redução do tempo de sintomas de COVID 19, e dois outros estudos, com ciclesonida, não mostraram benefício, questiona-se se o efeito protetor é específico da budesonida, não podendo ser extrapolado para outros tipos de corticoide inalado. Seria relevante um estudo comparando essas drogas entre si.

 

Limitações do estudo


Poucos eventos maiores ocorreram, limitando o poder do estudo em verificar diferenças em hospitalização e mortalidade.

Não incluiu pessoas jovens (com menos de 30 anos).

O início da terapia ou placebo foi tardio, em média com 6 dias de sintomas.  Talvez os resultados poderiam ter sido diferentes com uso mais precoce, já que em ambos grupos a melhora sintomática se dava por volta do décimo primeiro dia de sintomas, ou seja, possivelmente a doença já estava próxima a se resolver sozinha quando se deu a intervenção.

 

Dr Renato Azambuja é  pneumologista, tesoureiro do PneumoinRio 2023, o congresso da SOPTERJ

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