Perioperative Nivolumab and Chemotherapy in Stage III Non–Small-Cell Lung Cancer

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 23 set 2023

Perioperative Nivolumab and Chemotherapy in Stage III Non–Small-Cell Lung Cancer


Título do Estudo


Perioperative Nivolumab and Chemotherapy in Stage III Non–Small-Cell Lung Cancer

 

Fonte


N Engl J Med 2023;389:504-13.

 

Introdução


O câncer de pulmão é uma das neoplasias mais comuns, e a principal causa de mortalidade por câncer em todo o mundo. A imunoterapia, com inibidores de checkpoint imunológico é uma modalidade de tratamento que melhorou significativamente a sobrevida global de pacientes com doença avançada. Seu papel em pacientes com doença inicial vem sendo investigado nos últimos anos. Neste estudo os autores se propuseram a investigar o benefício da adição do nivolumabe, um anticorpo anti-PD-1, em combinação com a quimioterapia, para pacientes com Câncer de pulmão não-pequenas células, estadio III candidatos à cirurgia (terapia neoadjuvante).

 

Métodos


Estudo fase 2, randomizado, aberto, avaliando a combinação de nivolumabe com quimioterapia neoadjuvante, comparado com quimioterapia a base de platina, em pacientes com Câncer de pulmão não-pequenas células, com estadiamento IIIA ou B. Pacientes com mutações ativadoras dos genes EGFR e ALK foram excluídos. Estavam previstos 3 ciclos de tratamento seguidos de avaliação para cirurgia.  O objetivo principal do estudo era a avaliar a porcentagem de pacientes com resposta patológica completa (definida como ausência de células tumorais viáveis no sítio primário e linfonodos ressecáveis). Os objetivos secundários eram sobrevida global, sobrevida livre de progressão, taxa de resposta patológica maior, taxa de resposta e segurança. Pacientes com ressecção R0 seriam submetidos a 6 ciclos de nivolumabe adjuvante.

 

Resultados


Um total de 86 pacientes foram randomizados. Mais da metade dos pacientes tinham acometimento de cadeias linfonodais mediastinais (N2). O número de pacientes com histologia Adenocarcinoma foi semelhante aos de histologia escamosa. A taxa de resposta patológica completa foi de 37% no grupo experimental comparada a 7% no grupo controle (risco relativo, 5,34; 95% IC 1,34 to 21,23; P=0,02). O seguimento mediano foi de 26 meses. A sobrevida livre de progressão em 24 meses foi também superior no grupo de pacientes que receberam imunoterapia (85,0% versus 63,6% HR 0,47; 95% IC 0,25 a 0,88). A diferença de sobrevida global não foi significativa, mas ainda não há maturidade dos dados. O tratamento foi bem tolerado e houve maior número de pacientes operados no grupo experimental.

 

Conclusões


Nivolumabe perioperatório, associado à quimioterapia neoadjuvante, aumentou a taxa de resposta patológica completa e a sobrevida livre de doença em pacientes com carcinoma não-pequenas células de pulmão estadios IIIA e B, sem as mutações ativadoras em EGFR e ALK.

 

Limitações e Mensagens do Artigo


Trata-se de mais um importante estudo avaliando a estratégia de utilização de imunoterapia para pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células e doença inicial. Neste caso incluindo estadios mais avançados que o habitual. A adição do anti-PD1 nivolumabe melhorou os desfechos clínicos, sem aumentar significativamente a toxicidade ou complicações cirúrgicas. As principais limitações se dão por conta de ser um estudo de fase 2 aberto, e principalmente por ainda não trazer dados de sobrevida global. Entretanto este ensaio clínico reafirma a o benefício da terapia neoadjuvante, reforçando a necessidade de uma avaliação pré-operatória completa (incluindo estadiamento mediastinal, testes moleculares e avaliação funcional).

 

Dra. Clarissa Baldotto é oncologista clínica, médica responsável pela oncologia torácica da Oncologia Dor

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